Data: 08/06/2014
Ao chegar ao ensino médio, em uma sala de escola pública, muitos alunos percebem sua realidade, não que antes essa realidade estava encoberta, mas sim, que neste momento a ficha começa a cair, e é necessário tomar um rumo na vida, vida profissional, e parece tudo mais complicado e difícil quando se está em uma escola pública. Lembro-me da coordenadora da escola em que estudei no ensino médio dizendo para minha mãe e para mãe de um colega: “Seus filhos não merecem está aqui”. Fica nítido hoje para mim, a visão da inferioridade da escola pública que partia de dentro dela. Creio que já tenho colaborado para mudar esta visão da educação pública no Brasil, e me imagino podendo fazer ainda mais no futuro próximo.
Nesses últimos dias, no decorrer das aulas de Estágio Curricular Supervisionado II tenho notado que o quão é complexo a área da educação, mas ainda do que pensava, e o quanto temos e podemos fazer para melhorar a educação no Brasil. Os trabalhos educacionais têm seus limites impostos seja por currículos com diferentes objetivos dos que acredito se melhor para sociedade, ou ainda por limitações de recursos físicos para melhorar uma aula, como a possibilidade de um laboratório para deixar aulas mais dinâmicas ou até mesmo aulas de campo, que geralmente são tão complicadas de se realizarem, contudo vejo que muitos profissionais se esforçam para trazer uma aula atrativa ao aluno ou mesmo que o aluno se sinta parte do que estar estudando. Não é algo simples, exige prática, e perseverança, pois pode não dar certo na primeira, e se não der certo, não significa que não deu certo, mas sim deu certo, só não do jeito que foi planejado.
Clebson
do Carmo (d) e Gabriel Lecoque durante a aula a ser aplicada em Estágio Curricular Supervisionado
II. Foto do arquivo pessoal de Ronald Pereira.
As
últimas semanas da disciplina de Estágio Supervisionado II tivemos a
oportunidade de ministrar aulas para os nossos colegas de turmas, alguns
simularam um aula para um turma da educação básica outros mostraram como seria
a aula, outros ainda como a minha dupla, Clebson e eu, fizemos algo misto com
parte do tempo de que tínhamos para apresentar como seria a aula e em alguns
momentos agindo como se nossos colegas de turma fossem nossos alunos, e em
todos as aulas (aulas que em sua maioria foram em dupla, exceto a aula ministra
pelo Fernando Bravim) houve qualidade, aulas com os mais variados temas, e
diversas formas de transmissão e recepção de conhecimento. Lembro-me neste
momento da famosa frase de Paulo Freire:
"Ninguém
educa ninguém, ninguém se educa a si mesmo, os homens se educam entre si,
mediatizados pelo mundo."
Acredito
que foi e será proveitosa a experiência, mesmo para aqueles que já atuam seja
em estágio, ou até mesmo como professor em sala de aula.
Algumas
aulas me chamaram a atenção por alguns detalhes, e por isso me atrevo a
escrever algumas considerações.
A
aula ministrada pelo Fernando Bravim, que teve como tema “Rochas Minerais” me
chamou atenção devido à forma até um pouco menos convencional de agir do professor,
mas o professor se mostrou “solto” e atraiu a atenção dos colegas para o tema a
ser abordado, e apesar de trabalhar uma aula que tinha o mesmo tema que colegas
já tinha apresentado, a saber a Dayane e a Rubyana, mas foi outro tipo de aula,
o recurso do data show, como bem observou o Rômulo nos comentários após a aula
do Fernando, foi apenas um recurso a mais, uma ferramenta de auxilia na
visualização, não algo central da aula, como as vezes acontece em aulas que tem
este instrumento presente.
Outra
aula que me chamou a atenção foi à proposta do Rômulo e do Renato, que teve
como tema “Mapeando a cidade que ‘vejo’”, pois seria uma aula que valorizaria o
conhecimento do aluno, de como este aluno vê a cidade, e imagino que está aula
poderia ser a primeira de uma série de aulas que buscaria entender a cidade, a
geografia urbana, sendo assim, abrir-se-ia um “leque” de possibilidades de
entender a cidade, principalmente pelo fato de já se saber como o aluno entende
a cidade, o que ele já conhece, e assim traria fatos e comentários sobre os
vários detalhes do meio urbano, e até do urbano meio rural, aquelas áreas que
tem muitas características rurais, e poderia ser problematizado com aluno.
Estas
aulas como as demais são interessantes, e espero poder aplicá-las como meus
futuros alunos.
Bibliografia:
FREIRE,
Paulo. Pedagogia do Oprimido. 9 ed., Rio de Janeiro. Editora Paz e Terra. 1981,
p.79
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