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quinta-feira, 17 de julho de 2014

Ensaio: uma forma de escrita proveitosa

Ensaio é uma forma de escrita que pode ser considerada mais livre, em que o objetivo é mostrar "a sua pessoa" nas palavras. Não é proibido utilizar "eu", pelo contrário é até incentivado.
Como atividade da disciplina de Estágio Curricular Supervisionado II, do curso de Geografia,
ministrada pelo professor doutor Soler Gonzalez, da Universidade Federal do Espírito Santo, escrevi este ensaio, e venho por meio desse blog compartilhar com vocês.
Gabriel Lecoque Francisco.
Pedreira próxima ao Mochuara – Cariacica. Arquivo pessoal


ENSAIO
Após terminar o terceiro ano é prestar o vestibular sem obter êxito, o êxito esperado, consegui uma vaga em um pré- vestibular, sem precisar pagar, o que me deixo alegre, e com perspectivas que dia melhores viriam. Continuava no decorrer do ano com a ideia de que o curso superior traria dinheiro, principalmente com engenheira, pra ser mais exato, engenharia civil, curso a qual eu já havia tentado no ano anterior. Porém já para dias de agosto, a fixação pelo curso já não era tanta, por vários fatores: não acompanhava as aulas de matemática e física com prazer, ficava atento e muito atento nas de história e geografia, naqueles dias estava fazendo o curso técnico de edificações e percebia que não era o que esperava, e, um dos mais relevantes fatores é que a cada dia que observa a pedreira próxima ao Mochuara em Cariacica, via aquele cenário e tentava entender por que destruir a natureza, sendo que eu sabia, mas buscava uma resposta complexa, além do que se percebia em um primeiro momento. Questionado por alguns optei por Geografia e se aproximava os dias das provas do vestibular.
Antes da prova do vestibular da UFES, alguns colegas e amigos questionavam a escolha do curso, e logo diziam: “Está querendo virar professor... sai dessa vida, porque não tenta algo melhor”, o que eles não sabiam é que eu gostava da ideia de “virar” professor, e sempre que tinha oportunidade dizia os motivos. Minha mãe me apoiava, e dizia que o que é bem feito e com vontade colhe os frutos e me pai, da forma dele, também me apoiava, não somente eles, mas também outras pessoas, entre familiares e amigos.
Ao começar o curso de Geografia, percebi que seria diferente do que imaginava, diferença da geografia vista no ensino médio. Trabalhei durante um tempo no ramo da construção civil e no quarto período entrei no PIBID (Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência), atuando em uma escola da prefeitura de Vitória, escola que estou até os dias de hoje.
Dentro da sala de aula, atuando como professor, eu me encontrei no curso de geografia, pois no meio do curso algumas pessoas têm a “síndrome de perdido na vida profissional” em que o grande questionamento é: será que eu fiz a escolha certa? Bem, eu acredito que sim. A experiência dentro do PIBID tem sido o grande trunfo dessa questão, não ter entrado de “paraquedas” na sala de aula deu uma percepção diferente da ambiente escolar, e aos poucos comecei a me soltar trabalhando algumas aulas, corrigindo exercícios e realizando alguns projetos com a professora supervisora, que tem sido uma grande aliada na minha vida acadêmica/profissional.
Uma das atividades que marcaram meu início no PIBID foi o trabalho “As faces do Brasil” ao qual realizamos (Josimar, minha dupla na escola no momento, e a professora supervisora) com o 7º ano, uma atividade que consistia em grupos de alunos responsáveis de preencher o mapa do Brasil em papel cenário com figuras de recorte de revistas em jornais, buscando preenche locais do Brasil com singularidades de cada região/ estado. Esta atividade proporcionou uma noção da turma, suas limitações e também os conhecimentos que estes alunos tinham e a percepção de locais que eles não estiveram, o que foi bem gratificante pelo interesse e perguntas que eles faziam. Após o trabalho concluído e exposto me sentia como um educador, alguém pertencente aquele ambiente, o ambiente escolar.
Atuando como professor, sem o professor supervisor, com a obrigação de pauta preenchido, chamada, prestação de conta ao pedagogo e a coordenação da escola foi um pouco mais fácil, pela experiência com o PIBID. Comecei a atuar com o 7º ano em uma da prefeitura de Cariacica, e cerca de um mês depois assumi turmas do 8º e 9º ano de um outra escola  da mesma rede de ensino, era um outro contexto, e ter o domínio de sala se fazia bem difícil, domínio ao qual eu me referia e queria era no sentindo de ter liberdade de trabalhar as aulas e os conteúdos (os quais eu já me questionava se eram necessário) e poder ter um diálogo com estes alunos, parecia impossível, o que eu fazia para chamar atenção e tornar a aula interessante não resolvia, fiquei mas preocupados com “os tiques nervosos” que apareceram durante um tempo, não queria gritar com os alunos, foram dois meses de adaptação difíceis, assumir uma turma no meio do ano é complicado, contudo três ações me ajudaram conversar com alguém, com minha mãe, que deu um ânimo para que não desistisse;uma palestra da rede de diálogo geográficos ao qual professores mostraram suas aflições, motivações e estratégias, o que me fez pensar: “Não estou sozinho, não sou apenas eu que tenho problemas”; e um sentimento de fé que as coisas poderiam mudar. Após estes momentos os problemas continuaram, mas as soluções surgiram. Nesse contexto me faz lembrar de uma frase do meio cinematográfico.
"Não importa o qual forte se possa bater, essencial é resistir aos golpes e seguir adiante. Assim é a vida!" (BALBOA, Rocky. 2007)
As atividades que mais me impressionaram quando estava na rede de Cariacica, e que quero compartilhar foi a uma aula do 9º ano com a utilização de um episódio do desenho animado do Bob Esponja, o episódio “Bob Esponja Protesta”, que resumidamente consistia na luta do Bob Esponja e seu amigo Patrick na preservação do campo das águas vivas, e que foi possível fazer um link com os protestos que estavam a todo vapor em várias partes do Brasil. O interessante foi a participação dos alunos num debate após o vídeo, e até mesmo o pedido que fosse trabalho outros episódio do desenho animado em sala de aula, o que me surpreendeu, pois geralmente desenhos são tachados como infantis para ser trabalhar com alguns séries, mas fica a prova que com uma boa “garimpada” é possível achar episódios bem valiosos e úteis.

Outras experiências que não cabem aqui, mas por certo em outros momentos serão trazidos, com prazer, pois esta é uma parte da minha com a geografia e com ambiente escolar.  

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