Como atividade da disciplina de Estágio Curricular Supervisionado II, do curso de Geografia,
ministrada pelo professor doutor Soler Gonzalez, da Universidade Federal do Espírito Santo, escrevi este ensaio, e venho por meio desse blog compartilhar com vocês.
Gabriel Lecoque Francisco.
ENSAIO
Após
terminar o terceiro ano é prestar o vestibular sem obter êxito, o êxito
esperado, consegui uma vaga em um pré- vestibular, sem precisar pagar, o que me
deixo alegre, e com perspectivas que dia melhores viriam. Continuava no
decorrer do ano com a ideia de que o curso superior traria dinheiro, principalmente
com engenheira, pra ser mais exato, engenharia civil, curso a qual eu já havia
tentado no ano anterior. Porém já para dias de agosto, a fixação pelo curso já
não era tanta, por vários fatores: não acompanhava as aulas de matemática e
física com prazer, ficava atento e muito atento nas de história e geografia, naqueles
dias estava fazendo o curso técnico de edificações e percebia que não era o que
esperava, e, um dos mais relevantes fatores é que a cada dia que observa a
pedreira próxima ao Mochuara em Cariacica, via aquele cenário e tentava entender
por que destruir a natureza, sendo que eu sabia, mas buscava uma resposta
complexa, além do que se percebia em um primeiro momento. Questionado por
alguns optei por Geografia e se aproximava os dias das provas do vestibular.
Antes
da prova do vestibular da UFES, alguns colegas e amigos questionavam a escolha
do curso, e logo diziam: “Está querendo virar professor... sai dessa vida,
porque não tenta algo melhor”, o que eles não sabiam é que eu gostava da ideia
de “virar” professor, e sempre que tinha oportunidade dizia os motivos. Minha
mãe me apoiava, e dizia que o que é bem feito e com vontade colhe os frutos e
me pai, da forma dele, também me apoiava, não somente eles, mas também outras
pessoas, entre familiares e amigos.
Ao
começar o curso de Geografia, percebi que seria diferente do que imaginava,
diferença da geografia vista no ensino médio. Trabalhei durante um tempo no
ramo da construção civil e no quarto período entrei no PIBID (Programa Institucional
de Bolsa de Iniciação à Docência), atuando em uma escola da prefeitura de
Vitória, escola que estou até os dias de hoje.
Dentro
da sala de aula, atuando como professor, eu me encontrei no curso de geografia,
pois no meio do curso algumas pessoas têm a “síndrome de perdido na vida
profissional” em que o grande questionamento é: será que eu fiz a escolha
certa? Bem, eu acredito que sim. A experiência dentro do PIBID tem sido o
grande trunfo dessa questão, não ter entrado de “paraquedas” na sala de aula
deu uma percepção diferente da ambiente escolar, e aos poucos comecei a me
soltar trabalhando algumas aulas, corrigindo exercícios e realizando alguns
projetos com a professora supervisora, que tem sido uma grande aliada na minha
vida acadêmica/profissional.
Uma
das atividades que marcaram meu início no PIBID foi o trabalho “As faces do
Brasil” ao qual realizamos (Josimar, minha dupla na escola no momento, e a
professora supervisora) com o 7º ano, uma atividade que consistia em grupos de
alunos responsáveis de preencher o mapa do Brasil em papel cenário com figuras
de recorte de revistas em jornais, buscando preenche locais do Brasil com
singularidades de cada região/ estado. Esta atividade proporcionou uma noção da
turma, suas limitações e também os conhecimentos que estes alunos tinham e a
percepção de locais que eles não estiveram, o que foi bem gratificante pelo
interesse e perguntas que eles faziam. Após o trabalho concluído e exposto me
sentia como um educador, alguém pertencente aquele ambiente, o ambiente
escolar.
Atuando
como professor, sem o professor supervisor, com a obrigação de pauta
preenchido, chamada, prestação de conta ao pedagogo e a coordenação da escola
foi um pouco mais fácil, pela experiência com o PIBID. Comecei a atuar com o 7º
ano em uma da prefeitura de Cariacica, e cerca de um mês depois assumi turmas
do 8º e 9º ano de um outra escola da
mesma rede de ensino, era um outro contexto, e ter o domínio de sala se fazia
bem difícil, domínio ao qual eu me referia e queria era no sentindo de ter
liberdade de trabalhar as aulas e os conteúdos (os quais eu já me questionava
se eram necessário) e poder ter um diálogo com estes alunos, parecia
impossível, o que eu fazia para chamar atenção e tornar a aula interessante não
resolvia, fiquei mas preocupados com “os tiques nervosos” que apareceram
durante um tempo, não queria gritar com os alunos, foram dois meses de
adaptação difíceis, assumir uma turma no meio do ano é complicado, contudo três
ações me ajudaram conversar com alguém, com minha mãe, que deu um ânimo para
que não desistisse;uma palestra da rede de diálogo geográficos ao qual
professores mostraram suas aflições, motivações e estratégias, o que me fez
pensar: “Não estou sozinho, não sou apenas eu que tenho problemas”; e um sentimento
de fé que as coisas poderiam mudar. Após estes momentos os problemas
continuaram, mas as soluções surgiram. Nesse contexto me faz lembrar de uma
frase do meio cinematográfico.
"Não importa o qual forte se possa bater, essencial é resistir aos
golpes e seguir adiante. Assim é a vida!" (BALBOA, Rocky. 2007)
As
atividades que mais me impressionaram quando estava na rede de Cariacica, e que
quero compartilhar foi a uma aula do 9º ano com a utilização de um episódio do
desenho animado do Bob Esponja, o episódio “Bob Esponja Protesta”, que
resumidamente consistia na luta do Bob Esponja e seu amigo Patrick na
preservação do campo das águas vivas, e que foi possível fazer um link com os
protestos que estavam a todo vapor em várias partes do Brasil. O interessante
foi a participação dos alunos num debate após o vídeo, e até mesmo o pedido que
fosse trabalho outros episódio do desenho animado em sala de aula, o que me
surpreendeu, pois geralmente desenhos são tachados como infantis para ser
trabalhar com alguns séries, mas fica a prova que com uma boa “garimpada” é
possível achar episódios bem valiosos e úteis.
Outras
experiências que não cabem aqui, mas por certo em outros momentos serão
trazidos, com prazer, pois esta é uma parte da minha com a geografia e com
ambiente escolar.
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